Em 2003, Eliane Ferreira da Silva perdeu sua mãe para o câncer. A falecida havia deixado à filha uma herança considerável, e Eliane, junto ao marido, Luiz Donizete da Silva, decidiu utilizar parte desse valor para investir em serviços de assistência social.
O casal pediu ao cunhado de Luiz, José Raimundo Ferreira Medina, que realizasse uma pesquisa de campo a fim de identificar as principais demandas sociais de Uberlândia.

O estudo revelou que a maior necessidade da cidade, na época, era a criação de uma instituição voltada ao acolhimento de pacientes com câncer.
Assim, em 25 de maio de 2003, nasceu a Associação do Câncer de Uberlândia (ACRAAC), tendo Luiz como presidente e Eliane como vice-presidente.

Com o passar do tempo, os fundadores se afastaram do projeto, mas Raimundo e Cândida — irmã de Luiz, que também participou ativamente da criação da instituição — permaneceram à frente da Associação como presidente e vice, respectivamente.
Juntos, eles ampliaram o alcance da ACRAAC, chegando a fundar outras unidades em Araxá e Vitória, que posteriormente se tornaram independentes.

Seguindo a orientação do Conselho de Assistência Social, a ONG formou uma equipe multidisciplinar para melhor atender os pacientes. Com o tempo, passou também a oferecer estágios a profissionais das áreas da saúde e da assistência social, criando uma rede contínua de aprendizado e solidariedade.

Durante a pandemia, por atuarmos na área da saúde, mantivemos nossas portas abertas e seguimos prestando assistência aos nossos pacientes.
Mesmo assim, foi necessário reduzir o número de colaboradores e suspender temporariamente as oficinas e visitas presenciais.

O período foi desafiador: precisávamos interromper novos cadastros, pois os recursos e doações disponíveis não eram suficientes para atender à demanda crescente.
Ainda assim, continuamos acolhendo e apoiando todas as pessoas já cadastradas, fazendo o possível para suprir suas necessidades e oferecer cuidado constante.

Com o fim das restrições sanitárias, retomamos gradualmente as atividades de integração e tratamento terapêutico em grupo.
As oficinas voltaram a acontecer com o apoio de voluntários dedicados, que ministram atividades como patchwork, dançaterapia, rodas de conversa, yôga, reiki e crochê.
Essas práticas têm como principal objetivo fortalecer a autoestima e melhorar a qualidade de vida dos nossos assistidos por meio do convívio e da expressão coletiva.

Hoje, seguimos fortalecidos e em constante crescimento. Os cadastros e reavaliações continuam sendo realizados mediante agendamento prévio.

O período da pandemia marcou um momento de superação, reafirmando o nosso compromisso com o cuidado, a solidariedade e a vida.